Mulher que denunciou companheiro e não conseguiu vaga em abrigo para vítimas de violência diz que passou a noite em sofá: 'Esperava apoio melhor'
18/06/2025
(Foto: Reprodução) A mulher de 31 anos teve de passar a noite junto da filha, de dois anos, em um andar da Prefeitura de Sorocaba (SP), pois os abrigos para vítimas de violência doméstica disseram não ter vagas disponíveis. Vítima de violência doméstica passa a noite na prefeitura com a filha de 2 anos
A mulher de 31 anos que denunciou o companheiro e teve de passar a noite junto da filha, de 2 anos, na Prefeitura de Sorocaba (SP) por não conseguir acolhimento em abrigos destinados à vítimas de violência doméstica disse que a situação foi constrangedora e que não se sentiu acolhida.
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A prefeitura informou que vai investigar o caso, pois havia vagas no Centro de Integração da Mulher (CIM Mulher), entidade contratada para prestar auxílio às vítimas de violência (veja a resposta completa abaixo).
De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima foi encaminhada à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) depois de ser ofendida e ameaçada pelo companheiro, próximo à uma Unidade Básica de Saúde de Sorocaba.
Na delegacia, ela relatou que sofria agressões do homem há algum tempo, mas que só agora teve coragem para denunciar e pediu medida protetiva de urgência. Com medo de voltar para a casa e encontrar o suspeito, ela pediu para ser levada junto da filha para algum abrigo da cidade. No entanto, após tentativas, todos os locais informaram não ter vagas disponíveis.
Conforme o boletim de ocorrência, mãe e filha foram levadas para o prédio da Prefeitura de Sorocaba, onde elas passaram a noite em um sofá, acompanhadas por conselheiras tutelares em um andar do paço municipal.
"Eu fiquei esperando até as 2h30. Aí eles falaram que não tinha vaga no abrigo. Eles me levaram para a prefeitura. Era um sofá de couro, tive que ficar lá, a noite inteira sentada com a minha filha no colo", contou.
"Não tinha cama, não tinha coberta, não tinha alimento, não tinha nada. Pra mim foi um decepção. Porque, quando eu criei coragem de denunciar, depois de tanto tempo passando por isso, eu esperava que tivesse um apoio melhor", concluiu.
O Ministério Público informou que vai investigar, em conjunto com o CIM Mulher, a falta de vaga no abrigo envolvendo a vítima. Será apurado se o problema foi pontual ou se há outros casos de falta de assistência.
A vítima também afirmou que não esperava toda a exposição que sofreu enquanto aguardava por uma vaga.
"Espero que outras mulheres não passem por isso, porque isso é constrangedor. Inclusive, a gente não queria que esse caso fosse assim tão exposto, que a gente fosse tão exposta. E isso acabou acontecendo porque acabou ligando para todo mundo para ver se iriam me abrigar na madrugada. E não tive nenhuma resposta de ninguém", contou à TV TEM.
A mulher não tem parentes em Sorocaba e, como não conseguiu abrigo com a prefeitura, está na casa de conhecidos.
Vítima de violência doméstica relata constragimento após não conseguir vaga em abrigos de Sorocaba (SP)
TV TEM
A Prefeitura de Sorocaba informou que questionou o CIM Mulher sobre o motivo de ter negado abrigo à vítima e afirmou que fez uma fiscalização no local, nesta terça-feira (17).
Durante a fiscalização, a prefeitura constatou que, diferentemente do que foi informado pelo órgão à DDM, havia 12 vagas disponíveis no abrigo. O Poder Público advertiu o CIM Mulher que tem o prazo de cinco dias para responder o que motivou a negativa de acolhimento à vítima. O termo de advertência consta no Jornal do Município desta terça-feira.
"O município mantém convênio com a entidade, garantindo 20 vagas, e estranhou a recusa, já que, segundo a prefeitura, elas não estariam totalmente ocupadas. A moradora pode ir diretamente à Secretaria da Cidadania, na Rua Santa Cruz, 116, no Centro, para que seja acionada toda a rede de proteção", completou.
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Marcel Scinocca/g1
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